05 janeiro 2015

Altamira do Cerrado

Do sol, da areia, da água das dunas. Nelas surgem os olhos tão intensos que se escondem na aurora. 
É sob as dunas, antes do Sol Nascer que nasce Altamira, um mulher de pele bulgre, olhos castanhos, queixo fino e pele ardente. 
Dizem que Altamira flutua, tão intensa quanto o vento que molda as dunas nos meses de maio. 
É bela, tão bela que hipnotiza. Nas mesmas noites de maio que vem o vento, vem Altamira atrás de jovens apaixonados, hipnotizados por seu corpo que arde laranja.
É ela, Altamira, vista apenas antes da aurora. Canta, e sob a forma de pássaro torna-se mulher para o viajante que a chama. Pousa primeiro os ombros, depois nas costas, por fim enlouquece-o até que venha a hora. 
É ela, cujas mãos suaves percorrem vivas até a aurora. É ela, cujos viajantes procuram pelas histórias. É ela que quando os primeiros raios de sol despontam, encerra e esvai deixando inertes seus homens. Homens esses que sempre voltam para tentar encontrá-la novamente, mas ela não se repete, nunca vem.

Nenhum comentário: