18 julho 2012

Joga-te,

do abismo, da montanha, de onde a ponta dos teus pés puder pular.
Joga-te porque viver o amanhã não interessa mais. Afinal, talvez amanhã eu chore, ou sorria, ou viva, ou morra, que mais? Apenas jogua-te e não me deixa saber como, quando ou porquê.
É medo? Então diz, feridas ou marcas, quem pode viver sem elas? Diz, porque talvez eu deva lhe dizer que o que senti um dia não sinto mais, o que sinto agora nunca senti.
Por isso, fecha os olhos e não escuta a ninguém, nem a mim, nem a ti. Caminha reto, respira fundo e pula! Pula o mais alto que a ponta dos teus pés puder alcançar!
Joga-te, deixa que o vento te leva e que a vida corra por nós. Afinal, se cairmos cada um para o lado talvez apenas eu desabe enquanto tu choras. Que importa? Afinal tudo que se quebra se conserta, dá-se um jeito.
Deixa ir, abstrai; quem não se fere não vive e enquanto o tempo cura, juntam-se os cacos, levanta-se e vai.
Por isso não pensa, não olha pra baixo. Venha, mê dá a mão e pula comigo. Afinal, o futuro é tão incerto, talvez nem precise ser assim. Quem sabe o céu esteja limpo e a gente voe, pouse e siga por um caminho tranquilo e, mesmo oposto, incapaz de nos deixar mais que apenas lembranças.