04 julho 2013

Cusparada

Ela cuspiu na minha cara. 
Nunca acontecera comigo antes, por isso não tive palavras. 
- Vadia - respondi pronto para dar-lhe um soco, mas a verdade é que mesmo enfurecido não tive coragem. Talvez porque ela tenha sido tão indiferente, tenha virado as costas e caminhado a passos estúpidos. 
Talvez eu tenha merecido a cuspida e por isso a coragem tenha me faltado no revide. 
Vadia, foi disso que a xinguei antes da cusparada, porque ela me empurrou e disse que não me beijaria nem que eu fosse o último homem do universo. 
Mas, por que, afinal, uma mulher de saia curta e bunda grande recusa um beijo e uma cantada?
Eu, eu devia tê-la pegado de jeito, encostado na parede e mostrado que sou macho. 
Mas ela, vadia, me empurrou com toda a força que teve, cuspiu na minha cara, ajustou o decote a saiu pé ante pé. 
Vadia, pensava enquanto limpava a cara entorpecida. 
Vadia, pensava enquanto me fingia ser mais homem, tentando truculento beijar outras bocas.