02 março 2013

Turistar

Semana passada fui passear por São Paulo com uns franceses que conheci no aeroporto. Eles tinham acabado de vir do Rio de Janeiro e estavam super empolgados com a beleza das praias e da cidade. Comentei que eu, brasileira desde sempre, nunca fora ao Rio para passear, somente a trabalho, portanto nunca tinha ido ao Pão de Açucar.
A partir daí, e pelo desenrolar do assunto, me dei conta do que eu já sabia; que a última vez que entrei na catedral da Sé faz séculos, que minha última ida ao Masp foi pra ver uma exposição internacional, que não me lembrava mais da última visita ao museu do Ipiranga... Que desgosto, pensei por um instante amargurando minha não brasilidade. 
Afinal, isso é coisa de brasileiro, que não valoriza sua cultura. Afinal, eu também não conheço Amazônia e Pantanal.
Mas para minha (não) surpresa ouvi numa resposta bem humorada. "Eu nunca subi na Torre Eiffel, e minha última ida ao Louvre foi com a escola. Entrei na Notre Dame uma vez somente e foi porque um amigo foi me visitar em Paris. 
Esta resposta, tão óbvia, bem humorada e sincera me tranquilizou. Me fez relembrar que quando eu morava em Florianópolis ia principalmente aos lugares turísticos, quando meus amigos apareciam por lá. 
Por isso, sorrindo e tomando uma brasileira caipirinha no vão livre do Masp os franceses e eu chegamos a óbvia conclusão:  que na verdade a gente acaba sempre turistando por todas as cidades possívies, menos na nossa. 

24 fevereiro 2013

Algumas verdades


Amigo, você é um escroto que precisa de amigos, com o advento de ser gordo. 
Por isso, que fique claro, eu não me importo com seus problemas. Na verdade eu tenho problemas o suficiente para ficar encantada com os seus. Ah, se você lê três mil livros por ano e é PHD em física? Não ne importa também, pra mim você ainda é um gordo chato que fica me cantando pelo Facebook. 
Não, não tenho nada contra gordos, se você fosse magrelo e ao invés de PHD em física fosse PHD em cinema eu também não te beijaria nem que você ganhasse na Megasena. Sob essa última circunstância eu apenas assinaria um contrato de casamento sob união universal de bens na qual contato físico seria proibido. 
Sim, devo dizer que se você fosse bem chato mas fosse lindo talvez eu ficasse contigo por uma noite e postaria uma foto nossa no Facebook para aumentar minha própria auto-estima em relação à minha capacidade de ficar com caras lindos. O que não significaria que eu seria sua namorada. Afinal, aguento as besteiras que você diz por uma noite, mais que isso está fora das minhas possibilidades. 
Não se iluda, se eu recusei a sua cerveja, o seu café, a sua ida ao parque para ver os passarinhos é sinal que não vou sair contigo. Talvez eu aceite um convite seu para o Fazano, mais saiba que você pagará a conta e nunca mais sairei com você. E sim, eu terei a cara de pau de não lhe dar um beijo de boa noite e dizer que o problema é comigo, que estou insegura e que preciso de um tempo pra pensar.