
Nas praças de Saulo os tabuleiros de damas e xadrez deram lugar ao cheiro de urina, odor esse que percorre toda a cidade pelos canais de água que a cortam por todos as direções.
Dizem os mais velhos que o por do sol de Saulo é sempre o mais belo de todos, mesmo que escondido sob as torres e o ar turvo que cheira a fumaça.
Saulo é assim, Saulo não para, e quanto o dia amanhece já está toda acordada, circulando apertada sobre o rios enterrados e as galerias escondidas. Galerias sobre as quais aglomeram-se narizes das mais diversas cores e formas, morando uns sobre os outros e tornando Saulo sempre mais e mais aglomerada, fadando-a simplesmente a ruir.
Baseado em As cidades Invisíveis, de Ítalo Calvino.