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Hoje deixei a nuvem chover: planilhas, trabalhos antigos, atritos sem sentido que os e-mails guardam.
E se não faz bem, por que guardar? Se a discussão já perdeu o foco, se a dor já se foi, se o sentimento já inexiste?
Desapegar, lutar contra essa maré que nos permite amontoar tudo para sempre, mesmo sem fazer sentido. Fazer chover porque o acúmulo não gera futuro, não faz a gente ir.
E por isso a nuvem precisa chover, chove e choverá; até que sequem as conversas amassadas, até que se iluminem as linhas em branco, até que se olhe adiante.