Você precisa acordar, abrir os olhos, perceber. Não adianta dizer, falar, mostrar, nada.
É você, só você, cujos olhos cegos, precisa enxergar.
A gente repete os erros, repete sim. A gente se fixa, se forja, deixa acontecer.
E pensar que você anda tão perto e tão longe. Tão distante que nem me lembro mais quando foi nossa última conversa, afago, intimidade.
Aos poucos você vai-se embora, aqui do lado, sem parecer ter ido. Como se eu não conhecesse seus passos, como se sua voz fosse dita não por você, como se suas ações, seus sorrisos, seus costumes...
E esses olhos estão calmos, estão longe, estão estáticos, parecem medrosos. Justo você que nunca teve medo, cujo medo sempre enfrentou.
Você precisa abrir os olhos, e acordar desse encanto que não te deixa ser aquilo que fora. Ou talvez aquilo que fora te doa, te marque, e por isso você abandonou, fugiu, deixou como se não fizesse parte de você. E eu acobertei.
Deve ser bom, imagino, afinal, qual será o sabor desse encanto? Qual será o gosto dessa calmaria? Será por isso que você escolheu a cegueira? Este é o motivo dessa venda? Diz pra mim, quem é você hoje, afinal?