27 novembro 2012

As quatro estações

Hoje, hoje acordei inverno, gélida sob os cobertores da cama vazia, do corpo aos pedaços, da alma cansada. 
Levantei aos pouquinhos e caminhei pela garoa que virou chuva, que virou vento, que virou nuvem, que virou sol. 
De tarde fui primavera, florescendo sorrisos ralos enquanto esperava pelas flores que ainda não se abriam. Flores que viraram pétalas, que viraram sementes, que viraram partes. 
Entardeceu e sob o vento de crespúsculo senti-me outono. Partes de garoa insistiram em escorrer por meu rosto, mas fui forte, fui quente e não permiti que me chegasse o inverno. 
Amanhã, amanhã talvez eu acorde verão, quem sabe primavera, porque  não final de outono?
Afinal, hoje fui gélida, amanhã posso estar morna