20 abril 2014

Amargura


Uma dia, talvez, sei lá quando, a gente volte a se falar e mundo volte a ser da cor das rosas. 

Pois a que levou essa tola briga, se não a uma mágoa tão e tão grande que me faz perder horas pensando? Que me fez senão dar pesadelos, me tirar do sério. 

De repente não sei o que me faz não rir, mas não rio. E quando vejo acordo em espasmos, tensa, como se me visse ali, no futuro, amargurada. 

Será que me é reservado? Amargurar-se e não rir-se? Como será que pode ser a vida se ela no leva a saúde e nos deixa a birra?

Talvez ela, a idade, um dia traga junto com a velhice, a vontade de reconciliar- ou pelo menos de conversar e pronto. Afinal, não te proponho um brinde, apenas uma conversa que não termine em gritos, uma mágoa que não nos despenque e nos carregue. 

Porque neste futuro de amarguras não tenho certeza do peso que me pesa, não sei dizer onde cabe a mesquinharia e por isso, e talvez, um dia, sei lá quando, o peso passe e a gente vá, esqueça, se deixe ir.



Não sei o autor da foto