Estranho, por instante pensei. A ausência, o sumiço, o turbilhão, o desejo pelo toque do telefone.
Não sou tola - sempre - nunca fui. Paixão avassaladora, elo, será que falta?
Tanto faz, não é mesmo, porque estou ligada aos encaixes, à agenda, às pequenas brechas, ao tempo.
- Vem cá. Você me ama?
- Quem pode amar um pedaço que inexiste?
- Com posso amar um sorriso que não existe?
- Te amo.
- Amo somente nosso amor inexistente.
Estranho, que essa ausência momentânea é tão natural quanto o afastamento que nos cerca.
Afastados pela nossa proximidade.
Sabe, não faz tanto tempo mas faz. Não faz tanto tempo, mas fecho os olhos e deixo ir. Afinal, quem pode amar um amor que já existe?