do abismo, da montanha, de onde a ponta dos teus pés puder pular. 
Joga-te
 porque viver o amanhã não interessa mais. Afinal, talvez amanhã eu 
chore, ou sorria, ou viva, ou morra, que mais? Apenas jogua-te e não me 
deixa saber como, quando ou porquê.
É medo? Então diz, feridas ou 
marcas, quem pode viver sem elas? Diz, porque talvez eu deva lhe dizer 
que o que senti um dia não sinto mais, o que sinto agora nunca senti. 
Por
 isso, fecha os olhos e não escuta a ninguém, nem a mim, nem a ti. 
Caminha reto, respira fundo e pula! Pula o mais alto que a ponta dos 
teus pés puder alcançar!
Joga-te, deixa que o vento te leva e que a 
vida corra por nós. Afinal, se cairmos cada um para o lado talvez apenas
 eu desabe enquanto tu choras. Que importa? Afinal tudo que se quebra se
 conserta, dá-se um jeito. 
Deixa ir, abstrai; quem não se fere não vive e enquanto o tempo cura, juntam-se os cacos, levanta-se e vai. 
Por isso não pensa, não olha pra baixo. Venha, mê dá a mão e pula 
comigo. Afinal, o futuro é tão incerto, talvez nem precise ser assim. 
Quem sabe o céu esteja limpo e a gente voe, pouse e siga por um caminho 
tranquilo e, mesmo oposto, incapaz de nos deixar mais que apenas lembranças. 

2 comentários:
Joguei-me. Se eu não cair de pé, vou te pedir indenização só que não.
Voar e viver! O que seria da vida se não fosse o frio na barriga?
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