Eu nos vejo, mas não consigo compreender, como essa lembranças se marcam, se ficam e se apagam.
Se é noite, perco o sono. Perco também a inspiração, a vontade e o carisma, mas nunca esse medo que me persegue. Também não deixo de sonhar que você me atira pelas costas e que eu, mesmo ferida, me levanto e te dou um merecido soco na cara, quebrando um dos ossos das mãos.
Mas não acordo assustada nem aos solavancos, acordo tão calma quanto fria, quase num sorriso de angústia.
E pensar que houve um dia que quase cuspi na nossa cara, mas o catarro não veio, a vontade não permitiu, a garganta não coçou o suficiente. Afinal, a quem ofenderia mais esse gesto?
Talvez a raiva que se cultiva, se eu a jogasse, tudo fora... jogaria também o medo, a preguiça, a procastinação? Jogaria também a máscara que me nasceram na cara e que persisto em usar?
Se eu ligasse menos, se eu bebesse mais, se eu pensasse..
Afinal, que escondem esses olhos tão belos, qual é o gesto, a forma, a melancolia, se não aquela que te pertence, que te tira o sono, que te faz dormir.
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