12 setembro 2012

Ousar

Não ouso falar o teu nome, dizer tua cor, o tom dos teus olhos, o louro acastanhado dos teus cabelos.
Não ouso olhar-te nos olhos, beijar tua boca, esquecer-te.
Não ouso sentir-te, rir-te ou fingir-te. Sequer ouso escutar tua voz ou ler tuas palavras recém escritas.
Mas ouso, ouso sim, ouso olhar-te escondida, calar-te em bilhetes, tirar-te o fôlego em sorrisos.
Ouso, ouso sim, tentando fazer-te me perceber para que juntos ousemos fingir que não somos nós mesmos.

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