13 fevereiro 2012

Adeus,

disse deixando-lhe uma rosa e beijando-lhe os lábios ainda dormentes. Saiu sem suspiros ou gritos. Os pés um diante do outro, a menta vazia como a velha casa que deixara ao passado. Não o abandonara, apenas não fora escolhida. 
Adeus, pensou friamente, ao vento gelado, para menter-se ainda gélida. 
Seguiu num pé diante do outro pela ruas solitárias do amanhecer e assim permaneceu mais uns dois, três, quatro dias ou meses ou anos, sem saber exatamente a diferença entre cada um deles. 
Caminhou o quanto pode, o barulho das folhas caindo, a não lembrança de um idealismo qualquer e o vazio, apenas o vazio.

2 comentários:

Fernando S. Trevisan disse...

"a não lembrança de um idealismo qualquer" é uma frase muito boa.

Denise_Liv disse...

Obrigada :)